segunda-feira, 4 de julho de 2016

Adeus minha mãe querida! Saudades!


Saudades da minha mãe Ondina.

Confrades não queria falar isso para vocês, mas ultimamente tenho sentido uma tristeza muito grande, que não podem imaginar, a minha vida está toda enrolada, devido aos imprevistos da vida. A minha mãe estava bem, mas de repente, ela começou a parar de comer e dormir muito, a barriga dela começou a crescer, então preocupado levei ao médico. Chegando lá o medico diagnosticou como câncer terminal no ovário, teve que ficar internada sob tratamento médico.

Foram 3 longos meses, estava indo e dormindo no hospital todos os dias, ninguém me ajudou (somente os meus 2 sobrinhos, que as vezes dormia lá) ninguém da família, nem os meus próprios irmãos não me ajudaram, caindo toda a responsabilidade em cima de mim, tive que sair do emprego para tomar conta dela. Foi um estresse muito grande, os médicos eram super mal educados, apesar de que o corpo de enfermeiras eram bem educadas.

Os meus irmãos ficavam urubuzando a minha mãe, nenhum momento eles foram visita-la (somente o meu irmão mais velho, que foi 2 vezes, onde ficava apenas 3 minutos, só para ver se estava viva), pois estavam esperando a minha mãe morrer para pegar a parte deles do apartamento.

A minha mãe devia fazer um procedimento cirúrgico, pedia ajuda aos meus irmãos e tio, ninguém ajudou, então tive que me virar para realizar o procedimento cirúrgico. Consegui, ela teve que colocar um cateter duplo J, mas depois da cirurgia, foi para o CTI. Então teve que fazer outro procedimento cirúrgico, deve que ser transferida para o Hospital Evangélico, no bairro da Tijuca (Rio de Janeiro). A remoção foi de madrugada, fiquei esperando por horas pela ambulância, até o momento que chegou.

Chegando ao Hospital Evangélico, a minha mãe foi para o CTI de lá, mas quando entrei no CTI, fiquei aterrorizado, parecia mais necrotério dos vivos, os pacientes pareciam zumbis, cheguei até ficar com medo. Deixei a minha mãe lá de madrugada, quando cheguei ao ponto de ônibus comecei a chorar, pensando “onde a minha mãe foi parar!”.

Até o dia da cirurgia estava bem, mas depois que operou a situação piorou muito, não reagiu bem à operação, devido à idade de 83 anos, que ficou 15 dias no CTI e venho falecer no dia 31 de janeiro de 2016. A pior parte foi que ninguém ajudou na cremação dela, pedi ajuda para o meu tio (irmão dela), ele abriu um escândalo, dizendo que não iria ajudar, pois quem tinha a obrigação eram os filhos. Pedi ajuda para os meus irmãos (que são filhos dela também), todo mundo disse que estava sem dinheiro.

Pedra do Arpoador, onde joguei as cinzas da minha mãe no mar, a pedido dela.
Tive que arrumar dinheiro emprestado, a pior parte foi para cremar o corpo da minha mãe (foi pedido dela), quando cheguei ao juiz, disse para mim, que para cremar tinha que ter a permissão da família toda. Liguei para os meus irmãos, eles não estavam interessados, então tive que ameaça-los para assinarem o papel de autorização da cremação. Então eles foram ao juizado e assinaram o papel. Então cremei a minha mãe e joguei as cinzas dela no mar.

A pior parte foi que nem deu 24 horas, que a minha mãe tinha falecido, os meus irmãos ligaram para mim, pedindo os documentos dela, para providenciar a venda do apartamento para pegar a parte deles. Claro que xinguei de tudo, mal a minha mãe esfriou, já falam em vender o apartamento.

Sábado dia 2 de julho foi o aniversário dela, então eu e meu sobrinho fomos à praia do Arpoador, (onde joguei as cinzas dela) para fazer uma homenagem a ela, jogando flores para ela. Sinto muito saudades dela, foi uma grande mãe, uma grande perda.

O que não esta deixando cair na depressão é o ensinamento que tenho, senão estaria no fundo do poço. Perdi o emprego, a minha mãe, irei perder o apartamento, o plano de saúde, tudo de uma vez só, ninguém da minha família me ofereceu ajuda, todo mundo sumiu. Até que estou firme e forte, pois tenho certeza que irei sair dessa situação.

Obrigado a todos!


Márcio de Andrade